Telavive, 2 de outubro de 2025 – A Marinha israelita intercetou esta quarta-feira uma flotilha humanitária com destino à Faixa de Gaza, no Mediterrâneo Oriental, detendo vários ativistas internacionais, entre os quais três cidadãos portugueses: Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte.
Segundo a organização da missão, composta por mais de 40 embarcações, os navios foram cercados pelas forças navais de Israel por volta das 20h30 locais (18h30 em Lisboa), quando navegavam em direção às águas costeiras de Gaza. As autoridades israelitas justificam a operação com o bloqueio naval imposto à região desde 2007, classificando-a como uma “ação de segurança preventiva”. Já os organizadores da flotilha e os ativistas a bordo denunciam a interceção como “ilegal e arbitrária”.
Fontes ligadas à missão humanitária relatam que os três portugueses, que seguiam em embarcações distintas desde a escala em Creta, foram detidos após abordagens militares, tendo sido forçados a lançar os seus telemóveis ao mar, medida que os deixou incontactáveis desde então.
Num vídeo pré-gravado divulgado no Instagram, a deputada Mariana Mortágua – que havia suspendido o seu mandato parlamentar para participar na missão – antecipava a possibilidade de detenção:
“Se estão a ver este vídeo é porque o meu barco, o Adara, foi intercetado ou atacado pelas forças israelitas. Muito provavelmente fui levada contra a minha vontade numa detenção.”
O Governo português confirmou oficialmente as detenções e garantiu que a embaixada em Telavive está em contacto permanente com as autoridades israelitas. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que está a ser prestado todo o apoio consular e que a situação dos cidadãos nacionais será acompanhada “com máxima atenção”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros reiterou o apelo para que os detidos sejam tratados com dignidade e em conformidade com o direito internacional.
Israel comprometeu-se a permitir visitas consulares assim que possível, sublinhando que a operação, dada a dimensão da flotilha, poderá demorar a ser concluída.
A missão humanitária tinha como objetivo transportar ajuda médica e alimentar simbólica para a população de Gaza, atualmente sob severo cerco e crise humanitária.
, quando navegavam em direção às águas costeiras de Gaza. As autoridades israelitas justificam a operação com o bloqueio naval imposto à região desde 2007, classificando-a como uma "ação de segurança preventiva". Já os organizadores da flotilha e os ativistas a bordo denunciam a interceção como “ilegal e arbitrária”.){kind=link}