Presidente do Benfica não poupou críticas à arbitragem e ao Conselho de Arbitragem em entrevista ao canal NOW. Pedro Proença também foi visado.
Rui Costa, presidente do Benfica e recandidato nas eleições de 25 de outubro, quebrou o silêncio e falou de forma direta sobre alguns dos temas mais polémicos que marcaram o futebol português na última temporada. Em entrevista ao canal NOW, o líder encarnado deixou duras críticas à arbitragem, ao Conselho de Arbitragem e ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença.
Sem fugir às perguntas, Rui Costa abordou a continuidade de Bruno Lage na época passada — antes da chegada de José Mourinho — e fez um forte apelo por maior transparência e rigor nas decisões da arbitragem nacional.
“Não me arrependo da aposta em Bruno Lage. A época era longa, tínhamos o Mundial de Clubes, a Supertaça e cerca de 60 jogos para disputar. A continuidade técnica era fundamental”, justificou.
No entanto, o foco da entrevista recaiu sobre as polémicas de arbitragem que, segundo Rui Costa, penalizaram gravemente o Benfica. O dirigente recordou momentos-chave como a final da Taça de Portugal, um polémico penálti frente ao Arouca e o jogo Santa Clara-Sporting, decisivo na luta pelo título.
“Não foram situações discutíveis. Foram erros claros e evidentes. O Benfica sentiu-se revoltado e prejudicado. Não sei se foi para beneficiar o Sporting ou para nos prejudicar, mas o sentimento é esse”, afirmou.
O presidente encarnado foi mais longe e acusou diretamente o Sporting de ter sido favorecido pelas arbitragens, citando o recente golo validado frente ao Estoril como exemplo.
“Quem disser que aquele golo do Sporting não é fora de jogo tem de explicar o nosso golo anulado, há um ano, na Taça de Portugal. Foi exatamente igual. Queremos explicações. Acho que o Sporting tem sido beneficiado”, disparou.
Apesar de garantir que prefere falar de futebol dentro das quatro linhas, Rui Costa assumiu que o clube não pode mais ignorar aquilo que considera uma dualidade de critérios por parte da arbitragem.
“O Benfica quer disputar os campeonatos dentro do campo, mas há momentos em que temos de nos manifestar. Temos sido demasiado prejudicados. Isto não é uma perseguição, é um alerta para melhorar o futebol português”, sublinhou.
Luís Godinho, árbitro do polémico Estoril-Sporting, também foi diretamente visado.
“O mesmo árbitro que fez a final da Taça, agora repete no Estoril. Já fez o luto da Taça, agora terá de fazer o luto deste jogo. O Conselho de Arbitragem precisa de agir e assumir responsabilidades”, criticou.
Pedro Proença, presidente da FPF, também não escapou às críticas, apesar de Rui Costa garantir que mantém uma postura institucional.
“A presença dele no jogo com o Qarabag foi protocolar. Não é uma questão pessoal. Mas, sendo presidente da FPF, é responsável pelo que se passa. O Benfica vai até ao fim para defender os seus interesses”, finalizou.
