O triunfo por 2-0 diante do Nice, no Estádio da Luz, colocou o Benfica no play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, onde terá pela frente um adversário de peso: o Fenerbahçe de José Mourinho. O sorteio e o desfecho da ronda anterior abriram espaço para um reencontro entre portugueses, mas Mourinho não perdeu tempo e, fiel ao seu estilo, lançou já a primeira provocação.
Após eliminar o Feyenoord, o treinador do Fenerbahçe afirmou com ironia:
“Acho que o Benfica não está feliz e sinto que preferiam o Feyenoord. Eles sabem que somos mais fortes e não vai ser fácil.”
A declaração foi interpretada como o início de mais uma série dos famosos mind games de Mourinho, que tantas vezes utilizou ao longo da carreira para condicionar psicologicamente os adversários.
Bruno Lage desvia o foco
Confrontado com a frase do técnico português do Fenerbahçe, Bruno Lage preferiu não alimentar a polémica. O treinador encarnado fez questão de recentrar o discurso na sua própria equipa e no compromisso imediato:
“Não… nós ficámos muito felizes com o jogo que fizemos hoje e vamos preparar afincadamente o jogo com o Estrela da Amadora.”
Com esta resposta, Lage não só ignorou a provocação, como também demonstrou que não pretende entrar no jogo de palavras de Mourinho, colocando o foco exclusivamente na consistência competitiva do Benfica.
Gestão do plantel e preocupações
Logo depois, o treinador das águias destacou outro ponto que considera prioritário nesta fase da temporada: a rotação e o tempo de jogo dos atletas.
“Dá-nos muita confiança aquilo que estamos a fazer, a preocupação é não poder dar tempo de jogo a todos os jogadores, para toda a gente ter minutos e ajudar a equipa a ser equipa, com sentido coletivo, e fazer exibições como a de hoje, com enorme consistência e qualidade coletiva e individual.”
A declaração revela uma preocupação clara com o equilíbrio físico do plantel e a necessidade de manter todos os jogadores integrados no processo competitivo.
Calendário sobrecarregado
Bruno Lage não deixou ainda de apontar críticas ao intenso calendário que o Benfica enfrenta no arranque da época:
“Começámos hoje a quinta semana, em termos teóricos só no final desta semana deveríamos ter jogado a Supertaça…”
A indireta deixa transparecer o desgaste acumulado de uma equipa que, além de competir internamente, tem de lidar com os exigentes duelos europeus que podem ditar o futuro desportivo e financeiro da temporada.