O Sporting explicou de forma detalhada as razões que levaram o clube a apresentar uma queixa formal contra Bruno Lage, treinador do Benfica, na sequência da derrota na Supertaça frente aos encarnados.
Segundo fontes próximas da direção leonina, a decisão não foi tomada de forma imediata. O clube de Alvalade aguardou cerca de uma semana após a partida, com o objetivo de perceber se o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (CD da FPF) iria agir por iniciativa própria. No entanto, quando foram publicados os sumários disciplinares da partida e não constava qualquer referência a Bruno Lage, o Sporting decidiu avançar com a queixa.
O episódio em causa aconteceu já nos instantes finais do encontro, aos 90’+6. Após a expulsão do treinador de guarda-redes do Benfica, Nuno Santos, Bruno Lage terá dirigido palavras ofensivas ao árbitro Fábio Veríssimo, proferindo: “Vai para o c*****, pá!”. Para a direção sportinguista, esta conduta merece análise e eventual sanção disciplinar, defendendo que o órgão máximo da disciplina no futebol português deve aplicar critérios uniformes, independentemente do emblema ou da função do visado.
O clube recorda vários casos da época passada em que atletas leoninos foram castigados por comportamentos que consideram ter muito menor gravidade. Entre os exemplos citados estão a punição aplicada a Pernille Harder, jogadora da equipa feminina, por gritar “Yeah” no final de um jogo frente ao Santa Clara; a suspensão de Ricardo Esgaio por dizer a Otamendi “falas muito, c******!” no dérbi; e a sanção a Geovany Quenda por mostrar uma tarja com a mesma expressão.
Para o Sporting, o que está em causa não é apenas este episódio em particular, mas a consistência e a equidade na aplicação das regras disciplinares. A queixa agora apresentada pretende também abrir um debate mais amplo sobre a coerência das decisões do Conselho de Disciplina, que, segundo os leões, não pode tratar de forma diferente situações de natureza semelhante consoante os intervenientes.