A recente inauguração de uma estátua em homenagem a Diogo Jota, colocada junto ao estádio de Anfield, em Liverpool, está a gerar um intenso debate entre adeptos e familiares do jogador. A obra, idealizada como um tributo eterno ao avançado português — falecido em 2025 —, foi financiada através de doações privadas e organizada por um grupo de fãs apaixonados, determinados a eternizar a sua passagem marcante pelo clube.

Apesar da emoção e do simbolismo que a iniciativa representa para a comunidade desportiva, a decisão apanhou de surpresa a família do atleta, em especial a sua viúva, que se mostrou profundamente abalada. Pessoas próximas relatam que ela considera a homenagem “precipitada” e “dolorosa”, salientando que o processo ocorreu sem qualquer consulta prévia ou envolvimento direto dos familiares.

“Diogo merece todas as honras possíveis, mas esta decisão foi tomada sem ouvir quem mais o amava”, revelou uma fonte próxima, sublinhando que o luto ainda está muito presente e que medidas públicas deste tipo, quando feitas sem alinhamento com a família, podem agravar a dor da perda.

A estátua, que já se tornou ponto de paragem obrigatória para centenas de adeptos diariamente, retrata Jota numa das suas celebrações mais emblemáticas com a camisola dos reds. Porém, a ausência de consenso levanta questões mais amplas sobre o equilíbrio entre o direito coletivo de celebrar uma figura pública e a necessidade de respeitar o tempo e o espaço do luto privado.

O caso reacende também o debate sobre a forma como clubes e adeptos devem envolver familiares em homenagens póstumas, para evitar que tributos bem-intencionados acabem por se transformar em fontes adicionais de sofrimento. Enquanto isso, em Liverpool, a estátua de Jota já se tornou um novo símbolo para os fãs, ainda que envolto em uma aura de controvérsia e reflexão.