O velório de Jorge Costa, realizado no Estádio do Dragão, não foi apenas um momento de luto coletivo pela perda de uma das figuras mais emblemáticas do futebol português, mas também palco de um reencontro carregado de tensão. Sérgio Conceição e André Villas-Boas estiveram presentes na mesma cerimónia pela primeira vez desde a saída de Conceição do comando técnico do FC Porto, mas a distância física e emocional entre ambos foi notória.

Durante todo o velório, Sérgio Conceição optou por permanecer em locais mais recuados, cumprimentando outros presentes e partilhando momentos de pesar com antigos colegas e amigos de Jorge Costa, mas sem se aproximar de André Villas-Boas. Já o presidente dos dragões manteve-se junto à urna, recebendo cumprimentos e palavras de conforto de diversos presentes, num posicionamento que, por si só, contribuiu para evitar qualquer contacto entre os dois.

A ausência de qualquer gesto, palavra ou olhar entre ambos não passou despercebida aos olhares atentos de dirigentes, antigos jogadores e adeptos que marcaram presença para prestar a última homenagem ao “Bicho”. O silêncio entre os dois líderes, que já foram aliados no passado, reforça a perceção de que a relação, outrora marcada pela proximidade profissional e pela defesa das cores do FC Porto, está profundamente deteriorada.

Nos bastidores do futebol português, a expectativa cresce em torno do funeral de Jorge Costa, agendado para quinta-feira na Igreja de Cristo Rei, no Porto. Muitos se questionam se o momento de luto e reflexão poderá servir de oportunidade para uma reaproximação simbólica, ou se a distância mantida no velório será repetida, prolongando um afastamento que, para muitos, simboliza também uma mudança profunda no ambiente interno do clube.