Iván Chishkala aponta o dedo ao Benfica e revela acordo com o Sporting: “Faltou proposta, não vontade”
Iván Chishkala quebrou o silêncio sobre a sua saída do Benfica e confirmou que já tem acordo para representar o Sporting, após breve passagem pelo Torpedo, na Rússia. Em entrevista ao portal sports.ru, o ala russo apontou diretamente o dedo à estrutura encarnada, revelando má relação com Cassiano Klein e a ausência total de propostas para renovação.
“Se me tivessem feito uma proposta no início da temporada, teria aceitado”, afirmou Chishkala, explicando que a sua saída não foi motivada por vontade própria, mas sim pela inércia da direção: “No início da época, a probabilidade de eu ficar era de 90%. Depois do Ano Novo, caiu para 50/50. E quanto mais próximo do fim, menos hipóteses havia. A pergunta nunca foi se eu queria ficar, mas quando iriam avançar.”
O internacional russo fez ainda uma retrospetiva do seu percurso na Luz, recordando o ano de 2022, quando Pulpis assumiu o comando técnico e lhe alterou a posição em campo:
“Ele não confiava nos nossos fixos e pediu-me para jogar aí. Aceitei e vencemos a Supertaça. Mas dois anos nessa posição afetaram o meu rendimento. Eu dizia: ‘o problema não são os jogadores, é a falta de confiança neles’. E paguei o preço.”
Após a saída de Pulpis, seguiu-se Cassiano Klein, com quem Chishkala manteve uma relação tensa:
“Tivemos conflitos. Ele queria controlo absoluto: dizia-me como treinar, recuperar, viver. Eu sou experiente, sei cuidar de mim. Mas ele não tolerava isso. Dizia-me: ‘já vi jogadores como tu. Confias demais em ti’. Quando eu jogava bem, dizia que tive sorte. Quando corria mal, dizia ‘eu avisei-te’.”
Sobre a direção liderada por Rui Costa, foi direto:
“Nunca recebi nenhuma proposta para renovar. E as pessoas pensam que se jogas bem, o clube renova contigo. Mas o futebol não é assim tão simples. Há muitas questões humanas envolvidas.”
A confirmar-se a sua ida para Alvalade, Chishkala reforçará a equipa de futsal do Sporting, eternos rivais do Benfica, numa transferência que promete causar impacto dentro e fora das quatro linhas.